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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Missão Impossível




Maior coincidência ter passado Missão Impossível III na tevê, justamente num dia como foi o meu, cheio de:


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam

rsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrrssrsr


Passei o dia me sentindo o próprio Ethan!


Nossa história começa com um telefonema para meu celular Tim, que já deixou o coração batendo. Quem estaria ligando usando essa operadora, se eu estava em casa e todas as pessoas próximas já tinham o meu número Oi? Um cobrador, claro! Marcando para eu pagar o empréstimo no dia seguinte, as 12 horas. Estaria tudo bem se tivesse ocorrido isso 24 horas antes, pois até ontem eu tinha o dinheiro inteiro para pagá-lo. Mas, claro, a gente gasta e o cobrador aparece! Confirmei o encontro. Não poderia dizer que não, já que deveria ter pago a cerca de um mês.


Mas como conseguir o resto da grana do cara até amanhã ao meio-dia? Amigos! Sempre podemos contar com dois ou três amigos próximos numa emergência dessas. Principalmente se são espiões da mesma agencia que você. Por exemplo, a agente encarregada dos crimes acadêmicos, se ela não tivesse me mandado uma mensagem bomba noite passada, se lastimando que não havia recebido dinheiro e que só tinha três contos na carteira, me emprestaria certamente.


Eu precisava de tempo! Mas não podia desmarcar o encontro. Um bom agente sempre paga suas dívidas e encontra novas maneiras de contrair outras. Resolvi ligar e inventei uma reunião que havia esquecido como desculpa e disse que seria um prazer ir entregar a grana no trabalho dele no final da tarde. Agradecido, pois não precisaria sair do seu itinerário normal, ele agradeceu e assim ganhei mais algumas horas.


Mesmo assim persistia o problema de como arranjar a grana. Outro amigo? O agente Aborígine-Boliviano-Ator-Engajado-Cientificamente estava em missão fora da cidade, tentando penetrar em ambiente hostil, apenas usando uma chave “mestra” (essa foi boa!).


Restava o agente Cicatriz, mas ele ou estava doente ou de ressaca ou dando aula, ou mesmo as três coisas. O caso é que a agencia não conseguiu contato de maneira eficaz. Foi nesse momento que as luzes se acenderam e o alarme soou: a agente Mãe! Rapidamente marquei um encontro secreto em forma de jantar na casa dela. O horário limite era 19h30, quando as portas se fechariam e ela iria ao culto.


Já eram 17h30 horas e eu precisava tomar banho, escovar os dentes e me arrumar para pegar o ônibus circular.


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Cheguei na parada as 18h30 e fiz contato com a agente Mãe:


- Mainha, to na parada a meia-hora e os ônibus só passam lotados.

- Se preocupe não, que vai dar tempo. Mas venha!


Precisava fazer algo. Não podia enfrentar a longa jornada noite a dentro num circular lotado.


Tam, tam,

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Então vi ao longe uma serie de ônibus vindo na direção contraria e usando meu instinto de espião, senti que um daqueles ônibus passaria do Cristo Redentor e me deixaria a 10 minutos de casa. Rapidamente atravessei a rua e confirmei minhas suspeitas. Havia um 209 entre eles. Usando os poderes do cartão de passagem (um utensílio indispensável para qualquer agente), fiz a integração temporal, saltei e peguei novo ônibus, chegando para o jantar meia-hora antes do prazo limite.


E vocês pensam que a aventura terminou? Não! Quando sai com a minha encomenda do esconderijo secreto da agente Mãe, lembrei que poderia fazer uma média também com o agente Filho, então fiz contato e nos encontramos no ponto do ônibus.


Para minha surpresa, o agente Filho trazia muitas informações sigilosas, que gostaria de me repassar e o ônibus já se aproximava quando só havia começado a fazer o download. Então pensei rápido, garantindo que estaria em casa antes do filme começar e proporcionando-me campainha naquele longo trajeto até meu esconderijo, propus:


- Vamo comigo, filho.

- Não posso, painho.

- Tu vai e volta, rapaz.


E quando o ônibus parou, nós já estávamos lá dentro. Senti que também tinham alguns documentos top secret para uploadar e quando vimos já estávamos próximos do desembarque, quando de repente eu escuto um tiro:


- Painho, tu sabe que eu não tenho passagem pra voltar, né?


Novamente enfrentando o perigo de frente, usei todo meu treinamento de espião e me lembrei do super cartão de passagem. Formulamos um plano: ele entraria no ônibus, passaria o cartão e jogaria para mim no lado de fora. Continuamos na troca de informação quando no nada surgem três 1500 de uma vez só.


- Painho, é melhor eu ir embora, se não vai demorar muito pra outro passar.


Concordei, já que Viver a Vida já deveria estar perto de acabar e colocamos o plano em ação. Infelizmente alguns civis se colocaram no fogo cruzado e duas meninas entraram antes que ele, ficando apenas um passageiro depois dele. Mesmo assim o agente Filho se manteve firme, contudo, concomitantemente com a leitura do cartão, o ultimo passageiro entrou e o motorista saiu em disparada, começando então uma câmera lenta com o agente Filho se virando apavorado pra jogar o cartão, a porta se fechando e eu correndo atrás do ônibus. Close com super slow motion no cartão voando e passando pela fresta, com menos de 10 centímetros, da porta se fechando e claro, com a musiquinha tocando:


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Quando cheguei em casa, Helena ainda chorava, eu tinha a grana do cara e ainda deu tempo escrever esse texto. Podem me chamar de Ethan!

:)