Em meio a pindaíba que assolou a mansão dos Cavalcanti no último mês, com a companhia indesejada de Marphy (aquele da lei), enquanto esperava os bancários da Caixa liberarem alguma grana pra mim; tive a feliz iniciativa de finalmente assistir Milk. Bicho, que filme bacana!
Trata-se de uma narrativa muito humana sobre a vida do ativista dos direitos gays Harvey Milk. Primeiro político assumidamente gay a ser eleito nos Estados Unidos, foi também o maior crítico da Proposição 6, que postulava a demissão sumária de todos os professores e funcionários de escolas que fossem homossexuais.
O mais assustador é que se trata de história recente, década de 70. Hoje há muito preconceito ainda, mas nem o mais ignorante dos chefes falaria publicamente em colocar alguém na rua por conta da sua orientação sexual, até porque isso deixaria seu ex-empregado com um bolso bem recheado depois do processo, imagina pensar que um dia desses um país formulou uma lei dessas!
Não vou contar maiores detalhes sobre o filme, mas quero deixar claro que não é Brokeback Mountain. Não que eu não tenha curtido “Broke”. Muito pelo contrario, só que é outra coisa. Até tem como fio narrativo a vida pessoal de Harvey, mas o filme não é uma história de amor. É sobre um cara que foi atrás dos direitos das minorias, um político com vocação para mártir, que sonhou em tornar o mundo um lugar melhor e mais justo para todos. Clichê? Pode até ser, mas queria um mundo com mais pessoas com esse tipo de clichê nas suas vidas.
O Sean Penn tá muito bem no personagem título... nem lembro se o filme foi indicado para alguma coisa no Oscar e nem tenho como fazer pesquisa agora, já que por conta da pindaíba terminei ficando sem net, mas se você não viu, vale muito a pena ver, sendo gay ou não, o filme tendo concorrido ao Oscar ou não... apesar que acho que concorreu sim... lembro não!
É daqueles filmes pra se ter e rever vez ou outra e relembrar que a humanidade erra, mas que sempre podemos tentar fazer a diferença, fazer as coisas darem certo e sermos mais tolerantes com nossas diferenças, nossas raças, nossas religiões, nossas orientações sexuais... e por aí vai. Paz!