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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Diário de um Louco – Porque parar de fumar é coisa de doido!




Hoje de madrugada estou completando uma semana sem meu querido companheiro, o cigarro. Ainda tenho ódio da humanidade, ainda acho ridículo tudo que eles dizem ou fazem, mas tenho fingido cada vez melhor e me esforçado para compreender que eles não são culpados de serem tão chatos, sem noção... Eu tenho ódio de gente!

Minha coerência ainda é questionável, mas aos poucos tenho reconquistado a lógica; minha criatividade está em total baixa e a imaginação só serve ao lado obscuro da força. Mas fora isso, estou muito bem.

Ah! Quero também deixar meu repúdio a todos os sites... Todos não, mas a maioria dos sites que pretendem auxiliar o fumante a deixar o vício, são muito ruins! Me dão mais vontade de fumar ainda! A maioria das coisas que eles dizem pra não fazer, eu fiz e só consegui chegar até aqui porque agi desse jeito. Mas enfim, né? A intenção deles é boa e eles não têm culpa de serem uns idiotas nojentos que só fizeram me atrapalhar – respira, respira, respira.

O primeiro passo pra mim foi o isolamento. Como já deixei claro, os seres humanos, na vida real, me irritam. Os nervos, que vocês sabem como ficam quando paramos de fumar, só pioram com a convivência com o Homo Sapiens Sapiens. Acho que meus nervos são alérgicos a pessoas. Sem nenhuma exceção: amigo, desconhecido, familiar, mendigo, evangélico que fica gritando na Integração... Sou alérgico a todos, principalmente aos evangélicos que gritam na Integração!

Mesmo assim meu isolamento não foi solitário. Consigo me relacionar pelo MSN e pelo Orkut. Isso mesmo, pessoas pela net pode, mas pode com moderação. Para conseguir respirar direito, tive que bloquear e ignorar alguns... Questão de sobrevivência, entende?

O açúcar! Tão condenado pela mídia e pelos sites (nojentos que só fizeram me atrapalhar – respira, respira, respira), o açúcar foi meu porto seguro. Como diria Flávia Alencar, “parar de fumar engorda, é matemático...”, então para que tornar insuportável o que já é quase “inumano”. O açúcar é o melhor amigo substituto do ex-fumante. Chocolate (comi uma caixa em meia-hora), biscoitos de banana com canela e a minha principal descoberta, uma espécie de rabanada simplificada, que não leva leite e nem ovos. Uma delícia para o ex-fumante na fissura! Atenção para a receita:

Pegue um pão qualquer, dormido ou não (pegue logo uns cinco, que dependendo da fissura, um não vai dar para nada), passe bastante margarina e jogue muita açúcar por cima. Se curtir canela, pode por também. Agora assem numa frigideira, como se fosse numa chapa, saca? Pronto! Se quiser colocar mais açúcar e canela depois de assado, também funciona. A proposta é que você tenha prazer e encontre algum motivo na vida para continuar a resistir o máximo de dias sem fumar... Um dia essa porra de crise de abstinência vai passar, né possível!

Ter amigos que apóiam é bom, mas como disse, é melhor falar com eles pelo MSN... Minha amiga Flávia, ex-fumante também, adora me apoiar. Ela me apóia muito. Me dá muita força. Chega dá agonia! É tanto apoio que quase voltei a fumar por causa dela – brincadeira. Ela odeia cigarro e quer que eu mude meu pensamento sobre meu velho amigo... Eu não! Eu sinto é muita saudade! Tanto tempo juntos. Tantas histórias que compartilhamos. Tantas aventuras que vivemos... Bons tempos!

Meu próximo passo antes de conseguir me relacionar sem fingimentos com os seres humanos normais é voltar a convivência dos fumantes. É isso aí mesmo. É pra se fuder! Olha só minha lógica: no segundo dia de abstinência, para ajudar a me aguentar, tomei uma garrafa de café. Existe coisa que chame mais um cigarro do que um gole de café? Não existe! Ontem tomei várias cervejas com uma galera que vou trabalhar - não se preocupem que não mordi ninguém e todos continuam respirando. Muito pelo contrário. Fui uma ótima companhia. Um tanto eufórica demais, mas uma ótima companhia – mas voltando, existe coisa que dê mais vontade de fumar do que álcool? Não existe! Então pela lógica, tenho que voltar a me relacionar com fumantes antes de estar completamente curado dessa merda. Afinal, existe coisa para dar mais vontade de fumar, do que estar perto de fumantes? Não existe!

O pior de tudo é voltar a rotina, ao trabalho... Ainda não consegui voltar a ensaiar meu monólogo. Tô completamente travado! Mas enfim, tudo que antigamente (há sete dias atrás) era condicionado ao cigarro, foi difícil de realizar sem ele, mas aos poucos fui conseguindo. Acordar e não ter um cigarro pra acender? Ave Maria! Fazer cocô então... Na verdade, para um ex-fumante como eu, com o grau de dependência de nicotina que eu tenho, qualquer atividade física, intelectual e emocional, tinha como pré-requisito o cigarro.

Já ouviram falar no Teste Fagerström? Ele foi criado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, em 1974, para determinar o grau de dependência de um fumante. Adivinha o meu? O mais alto, claro! Mas calma, a faixa mais alta, chamada no teste de “muito elevado”, vai do 8 ao 10. Como tirei nota 8, dos muito elevados, sou o menos elevado, entende?

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Parece que escrever está sendo algo que ajuda também. Claro que ajuda! É atividade manual! Foi outra coisa que ajudou bastante. Logo no começo, quando meu poder de concentração estava menor ainda e nem escrever uma linha coerentemente eu conseguia, o que me ajudou foi jogar no emulador snes do meu computador. Zerei Mário, P-Man, sem falar que estou bem avançado em Asterix, Doom e em Daffy Duck. Creio que além de estar usando as mãos, o deslocamento do foco para o jogo, também deve ter ajudado. Claro que ajudou, já que distraia minha mente e meu corpo. O negócio é fazer os dias passarem, porque quanto mais tempo longe do cigarro, menores são os efeitos da crise de abstinência. Mas antes de melhorar, piora muito e tem que ter cunhão nessa hora. Eu quase arrancava os meus!

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Escrevi muito, né? Mas ainda preciso falar duas coisas. Uma: vocês não acham desnecessário e meio irritante existir tantos cheiros no mundo não? Eu acho. Tem pra que isso tudo não! É um exagero! Aff! Dois: eu sempre achei que nunca tive problema de insônia, que na verdade tenho um biorritmo diferente, mas todo mundo achava que eu tinha algum distúrbio, pois agora com a crise de abstinência sei o quão saudável era meu sono de oito a dez horas diários, mesmo que eles fossem das 3 as 12. Hoje à meia-noite, tendo dormido cerca de 3 horas, acordei sem entender nada e tô no ar desde então. O mais legal será estar às 8 numa escola aí, para ser jurado de uma gincana, com essa cara de barraco e ainda não poder fumar para aguentar as criações artísticas e científicas de adolescentes ávidos por notas 10. Vou por zero em tudin! Beijo e me liga!

Obs.: Ei, brincadeiras à parte, parar de fumar é foda, mas dá pra conseguir. Você tem que achar seu momento e suas estratégias. Conselho de ninguém vai te ajudar, mas se precisar de ajuda e realmente a quiser, procura sem medo de ser feliz. Ninguém entende mais o seu corpo que você e é você quem manda nele. Ficou parecendo livro de auto-ajuda, né? Aff! Tenho ódio de livro de auto-ajuda!

sábado, 22 de agosto de 2009

Vontade de fumar do carai!



Bem, entrando no 5º dia sem fumar e ainda achando que tem cheiros demais e graça de menos no mundo, vou postar esse desabafo, que hoje ainda não parece engraçado, mas que ao menos me faz passar o tempo... A vontade de fumar nunca passará? A vida vai voltar a ter graça? Eu vou voltar a gostar de seres humanos?




Sei nem se vou conseguir chegar ao fim desse negócio. Mas enfim, o caso é que estou a 48 horas sem fumar. É horrível! Não consigo parar de comer, sinto muita vontade de vomitar, estou com dor de barriga, muito irritado e sem concentração nem pra escrever um texto bosta como esse, para a porra desse blog! Banho creio ter tomado um nesse período e penso seriamente em mandar cancelar o fornecimento de água da minha casa, porque não vou voltar a tomar banho nunca mais!

Não consegui ir comemorar o aniversário de Joe, que creio nunca ter faltado; não deixei filho meu vir pra cá e tenho recusado qualquer tentativa de visita. Até porque se eu conseguir para de fumar, não quero desfrutar dessa merda de vida saudável dentro de uma prisão. Sim, porque receber qualquer ser vivo aqui em casa, é para terminar enchendo ele de porrada, né? Quero nada ver ninguém. Não agüento não. É tudo ridículo, irritante, sem graça! Eu não tenho flor, não tenho pele, só nervos...

Fui ao supermercado comprar guloseimas para sobreviver nesse mundo chato, sem fumaça e cheio de cores e cheiros, mas sem nenhuma vida, que é o mundo sem cigarro e, encontrei um amigo, um daqueles que sempre pegavam no pé por eu fumar. Consegui ser simpático e tudo. Ele já ia embora quando lembrei de comentar com ele da minha grande realização: dois dias sem fumar! Ele pareceu feliz e disse palavras encorajadoras. Foi bom vê-lo no supermercado.

Tava pesquisando e os efeitos das crises de abstinência levam cerca de duas semanas para passarem. Amanhã tenho ensaio. Quero só vê como vai ser. Já tô com ódio de Ingrid ter dito pelo MSN que eu tava fazendo drama, imagina amanhã ensaiando na casa dela e tendo que ficar escutando ela mandar eu voltar... ao menos Chicó é campeão sênior de kickboxer e Jiu-jitsu e antes que eu consiga chegar a meio metro da jugular dela, ele já me imobilizou.

Não. Eu não vou a canto algum! Vou ficar em casa e engordar 200 quilos bem saudáveis. Vou virar um urso e hibernar até a segunda-feira, quando creio já tenha voltado a assumir a forma humana. Queria quebrar coisas. Mas se eu quebrar algo meu, quando voltar a ter alguma sanidade, vou me arrepender de ter feito qualquer coisa contra meu patrimônio.

AAAAAAAAAAHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ódio! Rancor! Ira! Já é segunda? Se ao menos houvesse mais espaço no meu estômago... Vontade de fumar do carai!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Por um Momento - Direção: Ingrid Castro

Ingrid Castro

Tanta vontade de dirigir e no fim vou terminar atuando. Tô tão feliz que reativei o blog!


Pois é, Faz de Conta terá um irmãozinho. Vai se chamar Por um Momento. Consigo nada guardar segredo. Não sou baú! A montagem será pela Cia de Artes Cênicas, que é uma “marca”, que costumávamos usar para nossas montagens e que já teve na sua trajetória alguns espetáculos e performances como Nem todas as Coisas Estão Cheias de Deuses, Acomodada e Vozita.


A peça é um monólogo e terá direção da minha parceira de sempre, Ingrid Castro. Joevan Oliveira, também como sempre, estará conosco, sendo que dessa vez na técnica. Por agora é tudo que posso compartilhar, mas em breve devo ter mais detalhes para contar.


Será meu segundo monólogo. Tô morrendo de medo e super eufórico! Será a primeira vez que Ingrid vai me dirigir sozinha, mas também será o segundo monólogo que ela dirige, já que Vozita era direção dela, com atuação de Joevan.


Por hora é isso. Vamos aguardar e torcer para que seja um belo espetáculo. Que seja “uma comédia sutil sobre o ridículo do homem”, como prevê minha amada e idolatrada, salve, salve, diretora.

domingo, 2 de agosto de 2009

Comichão

Infância Levada

- Aff! Que saudade que eu tô de dirigir.

- Oxe! E Faz de Conta?Justificar
- Hum, que é que tem? Tá bem, obrigado. Nada a ver! O filhinho tá crescendo e doido por um irmão novo rsrsrsrsrs. O foda é que não é só querer, né? Não é como literatura, que você pega a caneta e escreve. Mesmo assim, o que tem de gente com livrinho pronto dentro da gaveta, não tá no gibi, né? Mas eu queria... Não que eu tenha um projeto ou saiba ao certo o que tô querendo. É só o comichão. Saca o comichão? Aquela coceira que não passa? Pronto! É isso aí. Saudade de estar em processo, de poder experimentar, viajar em formas e ver aquilo tomando corpo.

- Mas tu num tem teus alunos?

Pedaços de Peças, Trepeças e Presepadas

- Sim! E daí? “Você não é um menino legal!” É diferente. É igual, mas diferente. É muito bom ter uma galera que troca com você, que tá na sintonia e se joga sem medo de errar, de fazer o ridículo. Que curte transpirar e repetir até encontrar algo bacana. Aluno é massa, mas não é sempre que encontramos uma turma envolvida, que tá na tara junto com você.

- Mas você tem que instigar seus alunos, fazer com que eles encontrem o prazer, descubram o prazer na labuta...

Híbrida Ira

- Vou te contar,visse?! Tu é chato! Me deixa em paz, rapaz! A pessoa não pode fazer as duas coisas não, é? Num tô falando de aluno! E até tô, mas de um tipo específico. Daquele que tá ali não só por curiosidade, que não tá ali porque é tímido, não porque quer se vestir de mulher e acha que com o teatro vai poder fazer isso. E até pode ser com tudo isso, mas que ele descubra que não é só isso! Quero um ator ou um aluno, que a gente se mele de barro e monte Hamlet em cima de tijolos, à luz das fornalhas de uma olaria... Acho que exagerei. Mas é mais ou menos por aí... Essa semana fui dar uma força pra uns amigos da universidade que tavam tentando montar um esquete para o final de uma disciplina. Cara, como foi bom! Eu não tinha nem lido o texto e os meninos tinham duas ou três movimentações e as falas parcamente decoradas. Mas sabe quando a coisa flui? Quando você diz experimenta isso e o ator te dá isso, aquilo e aquilo outro, que você nem tava pensando e que é muito melhor? Não que os meninos sejam exímios atores, mas eles são ou pelo menos foram, naquele dia, naquela tarde, muito melhor que isso: foram atores disponíveis, que tavam ali para o que fosse proposto e para propor também.

Um, Dois, Três e Já!

Sei que é foda montar algo sem ter um projeto de incentivo aprovado ou algo do gênero; algum tipo de patrocínio que te dê um mínimo de infra-estrutura financeira para montar e mostrar esse trabalho, mas estou falando aqui de um comichão, então não entremos no mundo da lógica e nem me mandem procurar um dermatologista rsrsrsrsrsrsrs

Já fizemos tanto isso, não é? Montar sem ter nada. Sem perspectiva nenhuma. Cansa, né? É, eu sei. Tem o aluguel pra pagar. A conta de luz cada vez mais alta. Tô com vontade de cancelar o telefone.... mas sabe que algumas vezes as coisas assim até deram certo. Digo dá certo tanto no nível artístico como no financeiro... Mas que é difícil é... Mas como eu vivo dizendo para meus alunos: quem disse que fazer teatro é fácil?! rsrsrsrsrsrsrsr

Drummond - Noite na Repartição

Vocês assistiram Som & Fúria? Incrível como mesmo dentro daquela “realidade ficcional made in Canadá”, as dificuldades de se fazer teatro existem, né? Mesmo assim não troco minha vida, minha carreira, por profissão nenhuma. Amo meus alunos não entregues! Amo terminar uma temporada e perceber que ganhei mais naquela apresentação paga do que nas oito seções com bilheteria que fizemos. Amo ligar pra mainha e pedir uma grana emprestada (que não será paga). Antagônico? Ah! Que é que tem? Amo muito essa vida doida que a gente leva... na verdade, amo muito quando ocorre o contrario de tudo que eu disse, mas de toda forma eu amo.

Ai comichão que não passa!

Leitura dramática - A Historia da Tonta Baratinha