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sábado, 4 de julho de 2009

E rolou o VI Arraial do SESC e eu estava lá


(mais um post da série “eu vi”)



Estou tão feliz, gente! Testemunhei uma coisa maravilhosa acontecer e preciso compartilhar com vocês. Na madrugada de hoje, sábado, 04 de julho de 2009, saiu o resultado do VI Arraial SESC. A grande ganhadora do festival foi a Quadrilha Junina Sucupira, comandada pelo ator Márcio de Paula. Um triunfo da simplicidade e da imaginação.


A Sucupira é uma quadrilha jovem e despretensiosa do bairro de Mandacaru, com poucos recursos e muita criatividade. Com o tema “Luiz vem aí pra cantar e tocar pra nós”, emocionou todo o Ginásio do Liceu Paraibano, onde estava ocorrendo o evento, com sequências nostálgicas e felizes de homenagens ao rei do baião.


Sucupira na apresentação do VI Arraial do SESC - Foto usurpada do blog dos Quadrilheiros da Paraíba


Concorrendo com as super produções como a da Lageiro Seco e Paraíba, ícones deste tipo de folguedo, a Sucupira atravessa o caminho, apostando no sonho, na poesia, nas possibilidades cênicas da tradição popular, olhando para nossas raízes e nos lembrando que não estamos na Broadway e nem precisamos estar para fazer bonito.


Não que a Broadway não tenha seu valor ou seja linda, muito pelo contrário. Eu mesmo assisti Cats várias vezes... em vídeo, claro! Mas a Broadwa tem seu tempo e espaço. Não sei se quero vê-la fora de Nova York... ou do meu dvd.


Mas creio estar exagerando e diminuindo o mérito das grandes e luxuosas quadrilhas mais tradicionais. Elas tem seu valor e amei assisti-las também. Vibrei muito com o vigor e precisão da Mistura Gostosa de Campina Grande. Virtuosos sem ser banais. Uma quadrilha que tem algo a dizer.



A premiada Fazenda Lampião, que esse ano veio com o tema “Paraíba sim senhor na terra do algodão colorido e do caboclo sonhador”, vestiu seu mote e mostrou que não é atoa que é a 4ª melhor quadrilha do nordeste. Título recebido no Festival Regional de Quadrilhas Juninas desse ano.


Entre a beleza e a sofisticação, os excessos e equívocos, a “carnavalização” e a simplicidade, vi muita coisa bacana no Arraial do SESC deste ano. E vibrei e me emocionei diversas vezes. Ri, gargalhei, fiquei excitado e com os olhos marejados de lágrimas. O único sentimento que creio não ter experimentado nesses dois dias de festival, deve ter sido o tédio.



Vi o círculo do maravilhoso coco de Cabedelo querer virar quadrado numa apresentação belíssima da Fazenda Viana, vi a coreografia surpreendente da Lageiro Seco e da Moleka 100 vergonha, vi quadrilhas pararem de dançar para colocar ceninhas de casamento matuto desnecessárias e que só estragavam o que eles sabem fazer, vi a Sanfona Branca linda, experimentado novas possibilidades e apostando numa dramaticidade maior do folguedo, contando uma história completamente inserida na dança. Vi uma Rainha do Milho (da Nova Brasília) imensa em tamanho e formosura, distribuindo simpatia e sendo ovacionada pelo público, feliz da vida de apenas estar ali entre as “quadrilhas profissionais”.


Vi muita coisa, mas nada mais forte e bonito que a apresentação da Sucupira. Com dançarinos que dançam razoavelmente bem, com técnica o suficiente para nos emocionar. Com coragem de colocar em cena até um cadeirante, sem ser piegas ou explorá-lo inconvenientemente. Era um cadeirante e todo mundo viu e ele era mais um componente da quadrilha, fazendo parte de um todo uno. Isso sem falar de crianças, um boi de bem 10 metros de comprimento que surge do nada, e Seu Luiz... sempre presente, nos lembrando quem somos e o que realmente estamos festejando nas festas juninas.



Frases que eu disse ou escutei durante o período do festival:


“Não estou entendendo nada que eles estão falando...”


“Joht, para de falar que só tô escutando um timmmmmmmmmmm.”


“Vamos ser justos e tirar um décimo!”


“Isso é quadrilha ou escola de samba?”


Paraíba é show, mas não é o show que eu quero ver...”


“O público vem pra ver a Lageiro, depois vai embora...”


“Onde a Sucupira tem quadrilha o suficiente pra ganhar?”


“Tá pensando que elas tão te desejando? Elas só desejam um 10 seu!”


“A coreografia da Moleka 100 Vergonha é a mesma do ano passado.”


Não entendi porque vaiaram a Rainha da Sanfona Branca...”


“Onde vemos a classificação completas das quadrilhas?”


“Tô com medo da gente apanhar na saída!”





Entendendo melhor a quadrilha junina


Quadrilhas Juninas

Dançada em pares, seguindo o ritmo da sanfona e o comando das marcas ditadas por um organizador de dança, a quadrilha junina chegou ao Brasil com a Corte Portuguesa. Em louvor a São João, Santo Antônio e São Pedro, a dança do mês de junho também é em agradecimento às boas colheitas na roça.

A quadrilha deu seus primeiros passos nos salões da França entre os séculos XVIII e XIX, também foi dançada na Inglaterra e na França. Com passos afrancesados (anarriê –em arriére- significa ‘para trás’) e brasileiros, a exemplo de Caminho da roça e Balancê com seus pares, a dança embeleza as festa juninas e dá um show de cultura e tradição.

Os comandos tradicionais das quadrilhas juninas são:

Anavantur (En Avant, Tout) - cavalheiros tomam as damas e andam de mãos dadas até o centro do salão, encontrando-se com a fila da frente.

Anarriê (Em Arriére) - os pares, ainda de mãos dadas, voltam em marcha-ré até o ponto em que estavam e se separam, ficando cavalheiros em frente às damas.


Travessê de Cavalheiros (Travesser) - as damas ficam paradas e os cavalheiros atravessam o salão parando em frente à dama do outro par, cujo cavalheiro faz também o mesmo. Ao se encontrarem com as damas dos pares da frente, dâos-se os braços, fazem duas meias-voltas, indo depois para seus lugares.


Travessê Geral - as duas filas atravessam o salão ao mesmo tempo, cruzando-se no centro pela direita. Ao chegarem aos lugares voltam a ficar de frente para o par.


Balance com o par vis a vis- seguem somente os cavalheiros e ao se encontrarem com as damas, vão entrelaçando o braço direito no braço direito da dama. Dão duas voltinhas e retornam aos seus lugares, ficando de frente para o par.


Balancê com seus pares - cavalheiro de frente para sua dama. Ambos fazem o balanceio, sem sair do lugar.


Grande Chéne (Grand Chaíne) Creché ou Garrache - a dama dá a mão direita ao cavalheiro e este a mão esquerda à direita de outra dama e passam a trocar de mãos e de dama até que voltam a encontrar os seus pares.


Sangê (Changê de Dame) - os cavalheiros rodam as damas pela sua esquerda, passando-as para trás e a cada sinal do marcador, largam as mãos das mesmas e vão pegar as da sua frente até chegarem aos pares certos.


Beija Flor - os pares seguem até o meio do salão, as damas estendem a mão direita para o cavalheiro beijar.


Cortesia - os cavalheiros dão um passo para trás sem largar a mão da dama, ficando semi-ajoelhados. As damas dão duas voltinhas pela esquerda, os cavalheiros levantam-se e aguardam o próximo passo. CRUZ DE MALTA - os casais ímpares continuam rodando e os números pares vão-se infiltrando na roda, segurando-se nos punhos e formando rodas maiores. Os cavalheiros seguram nas mãos dos cavalheiros e as damas seguram nas mãos das damas, formando outro braço da cruz. Continuam rodando ao ritmo da música.


Passeio do Namorados - o par guia sai com sua dama pela direita, o par seguinte sai pela esquerda e os demais vão imitando. Quando se encontram novamente, formam uma fila única, depois uma roda no meio da sala.


Caminho da Roça - damas na frente, cavalheiros atrás, percorrem todo o salão, voltando aos seus lugares.


Aí Vem Chuva - todos fazem meia volta, marchando em sentido contrário.


É Mentira - Nova meia volta. Continuam marchando em roda.


Cestinha de Flores - as damas levantam os braços, passando-os por cima dos ombros com a palma das mãos para cima. Os cavalheiros que estão atrás seguram as mãos da dama e continuam a marchar.


A Ponte Caiu- os cavalheiros sem largar as mãos das damas, fazem meia-volta e seguem a marcha na frente das damas.


Ponte Nova- todos fazem meia volta pela direita sem largar as mãos das damas, continuam a marchar.


Damas ao Centro - damas formam a roda e os cavalheiros outra, por fora. Rodam todos no mesmo sentido, para a esquerda.


Arco-Íris - damas passam a roda para a direita, ficando as duas filas rodando em sentido contrário.


Damas em Roda - os cavalheiros entram para dentro da roda sem largarem as mãos. Damas fazem a roda por fora e todos começam a rodar pela esquerda, procurando seus pares.


Olha o Túnel- o par guia dá as mãos, levantando-as à altura dos ombros. O par próximo ao guia passa por baixo, e coloca-se ao lado, na mesma posição. Todos os demais pares fazem o mesmo.


Caracol - os pares fazem fila indiana e a dama do par guia começa a marcha em direção ao centro do salão. Quando o caracol estiver bem unido, todos esperam a ordem do marcador.


fonte: http://www.saojoaodecampina.pb.gov.br/geral/layout.php?subaction=showfull&id=1246545525&archive=&start_from=&ucat=3&


8 comentários:

  1. Queria ver as fotos disso tudo que vc conta. Sou uma apaixonada por quadrilha junina e lamentei não ter podido ir. Que bom que vc estava lá. Tenho certeza que foi emocionante.

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  2. eu sou um fracasso como jornalista, cely rsrsrsrsrsrsrssr já devia prever que escreveria sobre o festival e deveria ter levado a máquina mesmo. vou ver se durante a semana sai algumas fotos pra eu incorporar ao artiguinho. beijos

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  3. Reconheci duas frases de mainha! A que estava ouvindo um "tiiimmmm" e com medo de apanhar na saída! kkkkkkkkkkk
    Pois é, faltaram as fotos. Mas imaginei tudim, tu escreve muito bem!

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  4. kkkkkkkkkkkkkkk não vou dizer que sim, nem que não, Mayra hauahuahauhauhauhauhauahuahuahuahuau

    owwwwwwww querida esposa cantriz, escrevo nada, sou só um metido, mas agradeço demais o apoio. principalmente vindo de uma princesa do mundo das palavras como vc. rsrsrsrsrsrsrsrs

    ei, coloquei algumas fotos que encontrei nos quadrilheiros do brasil. se sair algo do evento mesmo, eu troco. Da Sucupira é que tá difícil encontrar na net.

    beijos

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  5. eitaaaaaaaaaa

    chique demais vc hein!

    Olha o MTL nos eventos culturais da cidade!

    parabéns meu lindo! amei o post, e repito o que as meninas disseram, vc escreve muito bem!

    beijossss

    morrendo de saudade de tu!

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  6. Que gustavo? Melque?
    Não entendi nao... heheheehe
    to vendo leo viana na foto... sevegoinha demais... aaaafffffff! Goxtooooo viu! volto depois de descobrir quem é gustavo

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  7. Que tem Gustavo? Ele é da Lageiro também? Menino! Todos os chics e famosos são da Lageiro, né? ahauahuhauahuahauhauahuahauhauahauhua

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  8. OoOOoOoXe! ele tirou o comentario dele.... parece que sou esquizofrenica (pra usar que ta na moda)... axei engraçado mermooooo nao... so uns tracinho... e quem disse que tudo precisa ter graça? ou comunicar com graça? precisa comunicar, e isso o MTL faz...
    Oi, gustavo, meu fio.... se re-apresente! beijos a todos do MTL,
    Flávia

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