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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Missão Impossível




Maior coincidência ter passado Missão Impossível III na tevê, justamente num dia como foi o meu, cheio de:


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam

rsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrrssrsr


Passei o dia me sentindo o próprio Ethan!


Nossa história começa com um telefonema para meu celular Tim, que já deixou o coração batendo. Quem estaria ligando usando essa operadora, se eu estava em casa e todas as pessoas próximas já tinham o meu número Oi? Um cobrador, claro! Marcando para eu pagar o empréstimo no dia seguinte, as 12 horas. Estaria tudo bem se tivesse ocorrido isso 24 horas antes, pois até ontem eu tinha o dinheiro inteiro para pagá-lo. Mas, claro, a gente gasta e o cobrador aparece! Confirmei o encontro. Não poderia dizer que não, já que deveria ter pago a cerca de um mês.


Mas como conseguir o resto da grana do cara até amanhã ao meio-dia? Amigos! Sempre podemos contar com dois ou três amigos próximos numa emergência dessas. Principalmente se são espiões da mesma agencia que você. Por exemplo, a agente encarregada dos crimes acadêmicos, se ela não tivesse me mandado uma mensagem bomba noite passada, se lastimando que não havia recebido dinheiro e que só tinha três contos na carteira, me emprestaria certamente.


Eu precisava de tempo! Mas não podia desmarcar o encontro. Um bom agente sempre paga suas dívidas e encontra novas maneiras de contrair outras. Resolvi ligar e inventei uma reunião que havia esquecido como desculpa e disse que seria um prazer ir entregar a grana no trabalho dele no final da tarde. Agradecido, pois não precisaria sair do seu itinerário normal, ele agradeceu e assim ganhei mais algumas horas.


Mesmo assim persistia o problema de como arranjar a grana. Outro amigo? O agente Aborígine-Boliviano-Ator-Engajado-Cientificamente estava em missão fora da cidade, tentando penetrar em ambiente hostil, apenas usando uma chave “mestra” (essa foi boa!).


Restava o agente Cicatriz, mas ele ou estava doente ou de ressaca ou dando aula, ou mesmo as três coisas. O caso é que a agencia não conseguiu contato de maneira eficaz. Foi nesse momento que as luzes se acenderam e o alarme soou: a agente Mãe! Rapidamente marquei um encontro secreto em forma de jantar na casa dela. O horário limite era 19h30, quando as portas se fechariam e ela iria ao culto.


Já eram 17h30 horas e eu precisava tomar banho, escovar os dentes e me arrumar para pegar o ônibus circular.


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Cheguei na parada as 18h30 e fiz contato com a agente Mãe:


- Mainha, to na parada a meia-hora e os ônibus só passam lotados.

- Se preocupe não, que vai dar tempo. Mas venha!


Precisava fazer algo. Não podia enfrentar a longa jornada noite a dentro num circular lotado.


Tam, tam,

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Então vi ao longe uma serie de ônibus vindo na direção contraria e usando meu instinto de espião, senti que um daqueles ônibus passaria do Cristo Redentor e me deixaria a 10 minutos de casa. Rapidamente atravessei a rua e confirmei minhas suspeitas. Havia um 209 entre eles. Usando os poderes do cartão de passagem (um utensílio indispensável para qualquer agente), fiz a integração temporal, saltei e peguei novo ônibus, chegando para o jantar meia-hora antes do prazo limite.


E vocês pensam que a aventura terminou? Não! Quando sai com a minha encomenda do esconderijo secreto da agente Mãe, lembrei que poderia fazer uma média também com o agente Filho, então fiz contato e nos encontramos no ponto do ônibus.


Para minha surpresa, o agente Filho trazia muitas informações sigilosas, que gostaria de me repassar e o ônibus já se aproximava quando só havia começado a fazer o download. Então pensei rápido, garantindo que estaria em casa antes do filme começar e proporcionando-me campainha naquele longo trajeto até meu esconderijo, propus:


- Vamo comigo, filho.

- Não posso, painho.

- Tu vai e volta, rapaz.


E quando o ônibus parou, nós já estávamos lá dentro. Senti que também tinham alguns documentos top secret para uploadar e quando vimos já estávamos próximos do desembarque, quando de repente eu escuto um tiro:


- Painho, tu sabe que eu não tenho passagem pra voltar, né?


Novamente enfrentando o perigo de frente, usei todo meu treinamento de espião e me lembrei do super cartão de passagem. Formulamos um plano: ele entraria no ônibus, passaria o cartão e jogaria para mim no lado de fora. Continuamos na troca de informação quando no nada surgem três 1500 de uma vez só.


- Painho, é melhor eu ir embora, se não vai demorar muito pra outro passar.


Concordei, já que Viver a Vida já deveria estar perto de acabar e colocamos o plano em ação. Infelizmente alguns civis se colocaram no fogo cruzado e duas meninas entraram antes que ele, ficando apenas um passageiro depois dele. Mesmo assim o agente Filho se manteve firme, contudo, concomitantemente com a leitura do cartão, o ultimo passageiro entrou e o motorista saiu em disparada, começando então uma câmera lenta com o agente Filho se virando apavorado pra jogar o cartão, a porta se fechando e eu correndo atrás do ônibus. Close com super slow motion no cartão voando e passando pela fresta, com menos de 10 centímetros, da porta se fechando e claro, com a musiquinha tocando:


Tam, tam, tam

Tam,tam, tam, tam, tam, tam, tam


Quando cheguei em casa, Helena ainda chorava, eu tinha a grana do cara e ainda deu tempo escrever esse texto. Podem me chamar de Ethan!

:)

domingo, 25 de outubro de 2009

Milk – A Voz da Igualdade




Em meio a pindaíba que assolou a mansão dos Cavalcanti no último mês, com a companhia indesejada de Marphy (aquele da lei), enquanto esperava os bancários da Caixa liberarem alguma grana pra mim; tive a feliz iniciativa de finalmente assistir Milk. Bicho, que filme bacana!

Trata-se de uma narrativa muito humana sobre a vida do ativista dos direitos gays Harvey Milk. Primeiro político assumidamente gay a ser eleito nos Estados Unidos, foi também o maior crítico da Proposição 6, que postulava a demissão sumária de todos os professores e funcionários de escolas que fossem homossexuais.

O mais assustador é que se trata de história recente, década de 70. Hoje há muito preconceito ainda, mas nem o mais ignorante dos chefes falaria publicamente em colocar alguém na rua por conta da sua orientação sexual, até porque isso deixaria seu ex-empregado com um bolso bem recheado depois do processo, imagina pensar que um dia desses um país formulou uma lei dessas!

Não vou contar maiores detalhes sobre o filme, mas quero deixar claro que não é Brokeback Mountain. Não que eu não tenha curtido “Broke”. Muito pelo contrario, só que é outra coisa. Até tem como fio narrativo a vida pessoal de Harvey, mas o filme não é uma história de amor. É sobre um cara que foi atrás dos direitos das minorias, um político com vocação para mártir, que sonhou em tornar o mundo um lugar melhor e mais justo para todos. Clichê? Pode até ser, mas queria um mundo com mais pessoas com esse tipo de clichê nas suas vidas.

O Sean Penn tá muito bem no personagem título... nem lembro se o filme foi indicado para alguma coisa no Oscar e nem tenho como fazer pesquisa agora, já que por conta da pindaíba terminei ficando sem net, mas se você não viu, vale muito a pena ver, sendo gay ou não, o filme tendo concorrido ao Oscar ou não... apesar que acho que concorreu sim... lembro não!

É daqueles filmes pra se ter e rever vez ou outra e relembrar que a humanidade erra, mas que sempre podemos tentar fazer a diferença, fazer as coisas darem certo e sermos mais tolerantes com nossas diferenças, nossas raças, nossas religiões, nossas orientações sexuais... e por aí vai. Paz!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pois é, voltei a fumar




Pois é, voltei a fumar. Passei 28 dias, como a Sandra Bullock naquele filme. Só que ela passa esse tempo se curando e eu... bem, eu não. Mas voltei a ver graça nas coisas, a gostar das pessoas, a ter gosto em viver. Mas se preocupem não que no próximo feriadão eu tento de novo e de repente até consigo de vez. Agora sei que é possível e que a dificuldade é grande, mas que dá para transpor esse oceano. É que deu câimbra no meio do caminho.

Não pensei nunca que conseguiria tanto tempo e alguns amigos, principalmente no trabalho, nem acreditavam que eu tinha parado. Rolava até um “Joht parou de fumar... aqui!”. Era foda, mas tudo bem. Tinha um companheiro em especial que era o mais carrego. Até baforada de fumaça ele dava em mim. Mas sei que era dor de cotovelo. Saudade do companheiro de fumo. Entendia ele.

A única vez que realmente me incomodou suas piadas foi no dia que culminou comigo voltando a fumar, que tinha sido especialmente estressante. Uma tarde no trabalho, que poderia ter sido maravilhosa, com um filme lindo, pipoca, chá de capim santo e biscoito recheado; terminou se tornando um inferno, com pessoas sem prestar atenção em nada, fazendo balburdia, sem o menor interesse no evento, sem nem perceber que a Monalisa sorria (o filme era “O Sorriso de Monalisa”).

A coitada da Julia Roberts lá dando um show como educadora e eu me sentindo o pior professor do mundo, no meio daquela confusão, com as pessoas interessadas em seus afazeres ou apenas pensando em comida. E eu no meio de tudo isso, sem poderes para parar o mundo e tentar fazer elas entenderem que ali havia uma obra de arte sendo apresentada... Aff! Lembra de “Um dia de Fúria”? Quando cheguei na integração, eu era o próprio Michael Douglas. Mas diferente dele, não peguei em armas, mas fumei meu primeiro cigarro depois de todo o sofrimento que passei para me livrar do vício.

Era o primeiro cigarro do resto da minha vida e a paz voltou a se instaurar. Tudo voltou a fazer sentido e eu cantei:

HaKuna Matata
É lindo dizer

HaKuna Matata,
Sim vai entender

Os seus problemas
Você deve esquecer,
Isso é viver
É aprender
HaKuna Matata

Depois decidi ir ao aniversário de uma amiga. Tomei uma com meus amigos ex-fumantes e me diverti muito!

Amanhã tem cinema lá no trabalho de novo. Como será que vai ser? HaKuna Matata! Amanha serei a Julia Roberts ou pelo menos vou tentar não ser o Michael Douglas, até porque não terei mais a desculpa da crise de abstinência, né?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Se Beber, Não Case!




Olha só, se você é dos meus e não gosta de saber o final dos filmes e nem de detalhes importantes, não leia isso aqui. Pare agora, porque vou falar coisas que é legal você só saber quando for ver o filme. Mentira! Continue lendo, vou falar algumas coisas que eu não gostaria de saber, mas vou tentar pegar leve e não estragar o filme para ninguém. Até porque preciso te contar, que filme bom da mulesta! “Se Beber, Não Case!" foi uma grata surpresa.

Pra dizer que não gostei de tudo, o título em português é podre. Meu sonho saber quem inventa esses títulos sem noção na nossa língua. “The Hangover” ou “A Ressaca”, numa livre tradução minha (com a ajuda dos tradutores da net), conta com muito humor a história de uma despedida de solteiro em Las Vegas, recheada de mistério e tem até a presença de Mike Tyson, que não macula o filme.

Os Padrinhos levam seu melhor amigo para brindar o inicio da noite no terraço do prédio onde estão hospedados. Depois disso já somos transportados para manhã do dia seguinte e aos poucos, vamos descobrindo junto com eles, o que aconteceu na noite passada. O caso é que nenhum deles se lembra o que se passou e o pior, têm que descobrir onde o noivo, que desapareceu, foi parar.

Juntando pistas e depoimentos de pessoas que eles encontraram naquela noite, eles vão descobrindo questões, como por exemplo, o que um tigre faz dentro do banheiro do quarto deles? De quem é o bebê que estava dentro do armário? Porque um deles, o dentista, esta sem um dente da frente? Como danado um senhor oriental pelado foi parar dentro do porta-malas do carro deles? São tantas descobertas e tantas foram as coisas que eles viveram naquela noite, que quando chega o final do filme, ainda não sabemos metades das coisas que ocorreram e muitas delas, como a presença de uma galinha no apartamento, pelo menos pra mim, ficou sem solução. Deve até ter, que o roteiro é muito bem fechado, mas eu perdi. Se alguém souber, por favor me diga!

O filme também dá muito destaque a importância que o pai da noiva dá ao carro que emprestou para eles viajarem e claro, muita coisa ocorre com esse carro e não há fechamento para essa questão... é, talvez o filme não seja assim tão bom... mas vale muito a pena ver! As vezes pensamos as coisas junto com os personagens, rapaz. Será que eu gostei tanto do filme porque sofro de amnésia alcoólica? Não, acho que não.

Mas calma, deixa eu tentar explicar o final, sem também sacanear de vez e entregar tudo. Quando o conflito principal tá resolvido já e só algumas peças do quebra-cabeça ainda estão faltando, eles descobrem um coisa e assim, nós, junto como eles, terminamos de entender tudo, saca? Não tudo, mas temos algumas pistas. Muito boa a ideia! Vocês precisam ver.

Uma coisa é certa, “Se Beber, Não Case” não é um filme que vai te deixar aborrecido. São muitas surpresas, risadas garantidas e sem apelações, sem exageros. Nada de “American Pie” ou “Top Gang”, nem se preocupem. Da mesma forma que gargalhamos, vamos entendendo as sacadas do roteirista e da direção. Muito massa ver como as coisas vão se construindo e é muito lindo a forma que os personagens vão se transformando até aquele final super funcional. Assistam!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vale do Paraíba



Recebi por e-mail essa pérola, enviada pela amiga Wanda Oliveira. Primeiro eu achei engraçado, depois fiquei meio chocado... acho que agora tô completamente indignado com a ignorância humana.

Gente, é ser muito burro, muito preconceituoso; sem noção demais, rapaz!

Aff! Sei não, viu?!
Valeu, Wandão! Temos mais é que divulgar esse tipo de coisa, pra ver se aprendemos algumas outras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Brüno



Sacha Noam Baron Cohen (Londres, 13 de outubro de 1971)


Assisti Brüno, mais um filme do ator e comediante inglês Sacha Baron Cohen. Assim como Borat, este novo filme também é inspirado em mais um dos personagens sem noção desse artista. Pena que dessa vez a dose foi um tanto cavalar...


A falta de noção e inocência de Borat é substituído pela arrogância ignorante e a exacerbação sexual em Brüno. A fama a todo custo, os modismos, a adoção de crianças africanas, a exploração do trabalho latino e muitos outros questionamentos que o filme lança, se misturam a um roteiro frágil, muito frágil...


A crítica a banalização do ato sexual é também muito forte. Há várias cenas toscas de sexo, com e sem objetos. O protagonista, um jovem gay, tenta transar com quase qualquer coisa de calças que surge na sua frente e a questão da sua orientação sexual é o grande gancho para o desfecho do filme. Uma das cenas mais toscas é a do clipe final do programa piloto de Brüno nos Estados Unidos: uma dançinha peniana horrorosa! Isso mesmo, Bruno, sem conteúdo para o seu programa, decide fazer algumas acrobacias com seu pênis. Um horror!


Pois é, acho que não gostei do filme. Achei de mau gosto, mas tem seu valor. Vejam e decidam. Eu não achei engraçado, mas concordo e entendo a crítica do filme aos povo que tão transando com gatos e cachorros por aí; se gravando no banheiro para ter 15 minutos de fama; que conteúdo, atualmente, não é gênero de primeira necessidade nem na vida pessoal, nem na comunicação, nem na arte, mas não creio que esse filme some na solução, diferente de Borat, fazendo rir ou refletir. Refletir talvez, mas só um pouquinho...



:)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Diário de um Louco – Porque parar de fumar é coisa de doido!




Hoje de madrugada estou completando uma semana sem meu querido companheiro, o cigarro. Ainda tenho ódio da humanidade, ainda acho ridículo tudo que eles dizem ou fazem, mas tenho fingido cada vez melhor e me esforçado para compreender que eles não são culpados de serem tão chatos, sem noção... Eu tenho ódio de gente!

Minha coerência ainda é questionável, mas aos poucos tenho reconquistado a lógica; minha criatividade está em total baixa e a imaginação só serve ao lado obscuro da força. Mas fora isso, estou muito bem.

Ah! Quero também deixar meu repúdio a todos os sites... Todos não, mas a maioria dos sites que pretendem auxiliar o fumante a deixar o vício, são muito ruins! Me dão mais vontade de fumar ainda! A maioria das coisas que eles dizem pra não fazer, eu fiz e só consegui chegar até aqui porque agi desse jeito. Mas enfim, né? A intenção deles é boa e eles não têm culpa de serem uns idiotas nojentos que só fizeram me atrapalhar – respira, respira, respira.

O primeiro passo pra mim foi o isolamento. Como já deixei claro, os seres humanos, na vida real, me irritam. Os nervos, que vocês sabem como ficam quando paramos de fumar, só pioram com a convivência com o Homo Sapiens Sapiens. Acho que meus nervos são alérgicos a pessoas. Sem nenhuma exceção: amigo, desconhecido, familiar, mendigo, evangélico que fica gritando na Integração... Sou alérgico a todos, principalmente aos evangélicos que gritam na Integração!

Mesmo assim meu isolamento não foi solitário. Consigo me relacionar pelo MSN e pelo Orkut. Isso mesmo, pessoas pela net pode, mas pode com moderação. Para conseguir respirar direito, tive que bloquear e ignorar alguns... Questão de sobrevivência, entende?

O açúcar! Tão condenado pela mídia e pelos sites (nojentos que só fizeram me atrapalhar – respira, respira, respira), o açúcar foi meu porto seguro. Como diria Flávia Alencar, “parar de fumar engorda, é matemático...”, então para que tornar insuportável o que já é quase “inumano”. O açúcar é o melhor amigo substituto do ex-fumante. Chocolate (comi uma caixa em meia-hora), biscoitos de banana com canela e a minha principal descoberta, uma espécie de rabanada simplificada, que não leva leite e nem ovos. Uma delícia para o ex-fumante na fissura! Atenção para a receita:

Pegue um pão qualquer, dormido ou não (pegue logo uns cinco, que dependendo da fissura, um não vai dar para nada), passe bastante margarina e jogue muita açúcar por cima. Se curtir canela, pode por também. Agora assem numa frigideira, como se fosse numa chapa, saca? Pronto! Se quiser colocar mais açúcar e canela depois de assado, também funciona. A proposta é que você tenha prazer e encontre algum motivo na vida para continuar a resistir o máximo de dias sem fumar... Um dia essa porra de crise de abstinência vai passar, né possível!

Ter amigos que apóiam é bom, mas como disse, é melhor falar com eles pelo MSN... Minha amiga Flávia, ex-fumante também, adora me apoiar. Ela me apóia muito. Me dá muita força. Chega dá agonia! É tanto apoio que quase voltei a fumar por causa dela – brincadeira. Ela odeia cigarro e quer que eu mude meu pensamento sobre meu velho amigo... Eu não! Eu sinto é muita saudade! Tanto tempo juntos. Tantas histórias que compartilhamos. Tantas aventuras que vivemos... Bons tempos!

Meu próximo passo antes de conseguir me relacionar sem fingimentos com os seres humanos normais é voltar a convivência dos fumantes. É isso aí mesmo. É pra se fuder! Olha só minha lógica: no segundo dia de abstinência, para ajudar a me aguentar, tomei uma garrafa de café. Existe coisa que chame mais um cigarro do que um gole de café? Não existe! Ontem tomei várias cervejas com uma galera que vou trabalhar - não se preocupem que não mordi ninguém e todos continuam respirando. Muito pelo contrário. Fui uma ótima companhia. Um tanto eufórica demais, mas uma ótima companhia – mas voltando, existe coisa que dê mais vontade de fumar do que álcool? Não existe! Então pela lógica, tenho que voltar a me relacionar com fumantes antes de estar completamente curado dessa merda. Afinal, existe coisa para dar mais vontade de fumar, do que estar perto de fumantes? Não existe!

O pior de tudo é voltar a rotina, ao trabalho... Ainda não consegui voltar a ensaiar meu monólogo. Tô completamente travado! Mas enfim, tudo que antigamente (há sete dias atrás) era condicionado ao cigarro, foi difícil de realizar sem ele, mas aos poucos fui conseguindo. Acordar e não ter um cigarro pra acender? Ave Maria! Fazer cocô então... Na verdade, para um ex-fumante como eu, com o grau de dependência de nicotina que eu tenho, qualquer atividade física, intelectual e emocional, tinha como pré-requisito o cigarro.

Já ouviram falar no Teste Fagerström? Ele foi criado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, em 1974, para determinar o grau de dependência de um fumante. Adivinha o meu? O mais alto, claro! Mas calma, a faixa mais alta, chamada no teste de “muito elevado”, vai do 8 ao 10. Como tirei nota 8, dos muito elevados, sou o menos elevado, entende?

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Parece que escrever está sendo algo que ajuda também. Claro que ajuda! É atividade manual! Foi outra coisa que ajudou bastante. Logo no começo, quando meu poder de concentração estava menor ainda e nem escrever uma linha coerentemente eu conseguia, o que me ajudou foi jogar no emulador snes do meu computador. Zerei Mário, P-Man, sem falar que estou bem avançado em Asterix, Doom e em Daffy Duck. Creio que além de estar usando as mãos, o deslocamento do foco para o jogo, também deve ter ajudado. Claro que ajudou, já que distraia minha mente e meu corpo. O negócio é fazer os dias passarem, porque quanto mais tempo longe do cigarro, menores são os efeitos da crise de abstinência. Mas antes de melhorar, piora muito e tem que ter cunhão nessa hora. Eu quase arrancava os meus!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Escrevi muito, né? Mas ainda preciso falar duas coisas. Uma: vocês não acham desnecessário e meio irritante existir tantos cheiros no mundo não? Eu acho. Tem pra que isso tudo não! É um exagero! Aff! Dois: eu sempre achei que nunca tive problema de insônia, que na verdade tenho um biorritmo diferente, mas todo mundo achava que eu tinha algum distúrbio, pois agora com a crise de abstinência sei o quão saudável era meu sono de oito a dez horas diários, mesmo que eles fossem das 3 as 12. Hoje à meia-noite, tendo dormido cerca de 3 horas, acordei sem entender nada e tô no ar desde então. O mais legal será estar às 8 numa escola aí, para ser jurado de uma gincana, com essa cara de barraco e ainda não poder fumar para aguentar as criações artísticas e científicas de adolescentes ávidos por notas 10. Vou por zero em tudin! Beijo e me liga!

Obs.: Ei, brincadeiras à parte, parar de fumar é foda, mas dá pra conseguir. Você tem que achar seu momento e suas estratégias. Conselho de ninguém vai te ajudar, mas se precisar de ajuda e realmente a quiser, procura sem medo de ser feliz. Ninguém entende mais o seu corpo que você e é você quem manda nele. Ficou parecendo livro de auto-ajuda, né? Aff! Tenho ódio de livro de auto-ajuda!

sábado, 22 de agosto de 2009

Vontade de fumar do carai!



Bem, entrando no 5º dia sem fumar e ainda achando que tem cheiros demais e graça de menos no mundo, vou postar esse desabafo, que hoje ainda não parece engraçado, mas que ao menos me faz passar o tempo... A vontade de fumar nunca passará? A vida vai voltar a ter graça? Eu vou voltar a gostar de seres humanos?




Sei nem se vou conseguir chegar ao fim desse negócio. Mas enfim, o caso é que estou a 48 horas sem fumar. É horrível! Não consigo parar de comer, sinto muita vontade de vomitar, estou com dor de barriga, muito irritado e sem concentração nem pra escrever um texto bosta como esse, para a porra desse blog! Banho creio ter tomado um nesse período e penso seriamente em mandar cancelar o fornecimento de água da minha casa, porque não vou voltar a tomar banho nunca mais!

Não consegui ir comemorar o aniversário de Joe, que creio nunca ter faltado; não deixei filho meu vir pra cá e tenho recusado qualquer tentativa de visita. Até porque se eu conseguir para de fumar, não quero desfrutar dessa merda de vida saudável dentro de uma prisão. Sim, porque receber qualquer ser vivo aqui em casa, é para terminar enchendo ele de porrada, né? Quero nada ver ninguém. Não agüento não. É tudo ridículo, irritante, sem graça! Eu não tenho flor, não tenho pele, só nervos...

Fui ao supermercado comprar guloseimas para sobreviver nesse mundo chato, sem fumaça e cheio de cores e cheiros, mas sem nenhuma vida, que é o mundo sem cigarro e, encontrei um amigo, um daqueles que sempre pegavam no pé por eu fumar. Consegui ser simpático e tudo. Ele já ia embora quando lembrei de comentar com ele da minha grande realização: dois dias sem fumar! Ele pareceu feliz e disse palavras encorajadoras. Foi bom vê-lo no supermercado.

Tava pesquisando e os efeitos das crises de abstinência levam cerca de duas semanas para passarem. Amanhã tenho ensaio. Quero só vê como vai ser. Já tô com ódio de Ingrid ter dito pelo MSN que eu tava fazendo drama, imagina amanhã ensaiando na casa dela e tendo que ficar escutando ela mandar eu voltar... ao menos Chicó é campeão sênior de kickboxer e Jiu-jitsu e antes que eu consiga chegar a meio metro da jugular dela, ele já me imobilizou.

Não. Eu não vou a canto algum! Vou ficar em casa e engordar 200 quilos bem saudáveis. Vou virar um urso e hibernar até a segunda-feira, quando creio já tenha voltado a assumir a forma humana. Queria quebrar coisas. Mas se eu quebrar algo meu, quando voltar a ter alguma sanidade, vou me arrepender de ter feito qualquer coisa contra meu patrimônio.

AAAAAAAAAAHhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ódio! Rancor! Ira! Já é segunda? Se ao menos houvesse mais espaço no meu estômago... Vontade de fumar do carai!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Por um Momento - Direção: Ingrid Castro

Ingrid Castro

Tanta vontade de dirigir e no fim vou terminar atuando. Tô tão feliz que reativei o blog!


Pois é, Faz de Conta terá um irmãozinho. Vai se chamar Por um Momento. Consigo nada guardar segredo. Não sou baú! A montagem será pela Cia de Artes Cênicas, que é uma “marca”, que costumávamos usar para nossas montagens e que já teve na sua trajetória alguns espetáculos e performances como Nem todas as Coisas Estão Cheias de Deuses, Acomodada e Vozita.


A peça é um monólogo e terá direção da minha parceira de sempre, Ingrid Castro. Joevan Oliveira, também como sempre, estará conosco, sendo que dessa vez na técnica. Por agora é tudo que posso compartilhar, mas em breve devo ter mais detalhes para contar.


Será meu segundo monólogo. Tô morrendo de medo e super eufórico! Será a primeira vez que Ingrid vai me dirigir sozinha, mas também será o segundo monólogo que ela dirige, já que Vozita era direção dela, com atuação de Joevan.


Por hora é isso. Vamos aguardar e torcer para que seja um belo espetáculo. Que seja “uma comédia sutil sobre o ridículo do homem”, como prevê minha amada e idolatrada, salve, salve, diretora.

domingo, 2 de agosto de 2009

Comichão

Infância Levada

- Aff! Que saudade que eu tô de dirigir.

- Oxe! E Faz de Conta?Justificar
- Hum, que é que tem? Tá bem, obrigado. Nada a ver! O filhinho tá crescendo e doido por um irmão novo rsrsrsrsrs. O foda é que não é só querer, né? Não é como literatura, que você pega a caneta e escreve. Mesmo assim, o que tem de gente com livrinho pronto dentro da gaveta, não tá no gibi, né? Mas eu queria... Não que eu tenha um projeto ou saiba ao certo o que tô querendo. É só o comichão. Saca o comichão? Aquela coceira que não passa? Pronto! É isso aí. Saudade de estar em processo, de poder experimentar, viajar em formas e ver aquilo tomando corpo.

- Mas tu num tem teus alunos?

Pedaços de Peças, Trepeças e Presepadas

- Sim! E daí? “Você não é um menino legal!” É diferente. É igual, mas diferente. É muito bom ter uma galera que troca com você, que tá na sintonia e se joga sem medo de errar, de fazer o ridículo. Que curte transpirar e repetir até encontrar algo bacana. Aluno é massa, mas não é sempre que encontramos uma turma envolvida, que tá na tara junto com você.

- Mas você tem que instigar seus alunos, fazer com que eles encontrem o prazer, descubram o prazer na labuta...

Híbrida Ira

- Vou te contar,visse?! Tu é chato! Me deixa em paz, rapaz! A pessoa não pode fazer as duas coisas não, é? Num tô falando de aluno! E até tô, mas de um tipo específico. Daquele que tá ali não só por curiosidade, que não tá ali porque é tímido, não porque quer se vestir de mulher e acha que com o teatro vai poder fazer isso. E até pode ser com tudo isso, mas que ele descubra que não é só isso! Quero um ator ou um aluno, que a gente se mele de barro e monte Hamlet em cima de tijolos, à luz das fornalhas de uma olaria... Acho que exagerei. Mas é mais ou menos por aí... Essa semana fui dar uma força pra uns amigos da universidade que tavam tentando montar um esquete para o final de uma disciplina. Cara, como foi bom! Eu não tinha nem lido o texto e os meninos tinham duas ou três movimentações e as falas parcamente decoradas. Mas sabe quando a coisa flui? Quando você diz experimenta isso e o ator te dá isso, aquilo e aquilo outro, que você nem tava pensando e que é muito melhor? Não que os meninos sejam exímios atores, mas eles são ou pelo menos foram, naquele dia, naquela tarde, muito melhor que isso: foram atores disponíveis, que tavam ali para o que fosse proposto e para propor também.

Um, Dois, Três e Já!

Sei que é foda montar algo sem ter um projeto de incentivo aprovado ou algo do gênero; algum tipo de patrocínio que te dê um mínimo de infra-estrutura financeira para montar e mostrar esse trabalho, mas estou falando aqui de um comichão, então não entremos no mundo da lógica e nem me mandem procurar um dermatologista rsrsrsrsrsrsrs

Já fizemos tanto isso, não é? Montar sem ter nada. Sem perspectiva nenhuma. Cansa, né? É, eu sei. Tem o aluguel pra pagar. A conta de luz cada vez mais alta. Tô com vontade de cancelar o telefone.... mas sabe que algumas vezes as coisas assim até deram certo. Digo dá certo tanto no nível artístico como no financeiro... Mas que é difícil é... Mas como eu vivo dizendo para meus alunos: quem disse que fazer teatro é fácil?! rsrsrsrsrsrsrsr

Drummond - Noite na Repartição

Vocês assistiram Som & Fúria? Incrível como mesmo dentro daquela “realidade ficcional made in Canadá”, as dificuldades de se fazer teatro existem, né? Mesmo assim não troco minha vida, minha carreira, por profissão nenhuma. Amo meus alunos não entregues! Amo terminar uma temporada e perceber que ganhei mais naquela apresentação paga do que nas oito seções com bilheteria que fizemos. Amo ligar pra mainha e pedir uma grana emprestada (que não será paga). Antagônico? Ah! Que é que tem? Amo muito essa vida doida que a gente leva... na verdade, amo muito quando ocorre o contrario de tudo que eu disse, mas de toda forma eu amo.

Ai comichão que não passa!

Leitura dramática - A Historia da Tonta Baratinha

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Antes do teatro, uma salada de pêssego com alcachofra


Andava pensando que a vigência que advinha do sentido midiático da existência ou inexistência humana, só deve provir ou mesmo prover um sistema andrógino de satisfação gástrica nuclear. Obviamente oriunda de um catálogo transgênero de obsessão cármica subversiva e tântrica.


Por outro lado, o átomo átono do suculento dinotério banguelo, unta-se na medida de anos-luz de florescente chama passional de Valéria Valença, concupiscentemente ao desbunde amniótico da salamandra caolha do Afeganistão.


Contudo e não obstante, o anão abstrato convive simbioticamente com a aderência do muco no canal da mandrágora mãe e não percebe a relevância quimérica dos porquinhos da índia orientais. Obviamente absortos por um cenário de idiossincrasias metafóricas, a catacrese vive uma metonímia dentro de um platelminto.


Concluindo-se então, que a anta semiótica é na verdade uma discípula obscura e amarela, quase furta cor, de um primo primário pragmático. Ofuscando e beijando uns aos outros no sermão da morte dos pirilampos escarnecedores. Será uma constante bem variável no sinistro cemitério abissal de zumbis mongóis?


Essas demandas só elucidar-se-ão na apreciação delineada do sistema irrequieto essencial do plâncton amazônico, quando no momento de uma geada acrimoniosa, num ano bissexto, sendo outubro ou não. Corre se não te pego. Arminitien corpóreo bum bum bum!


sexta-feira, 24 de julho de 2009

“Impasse” de David Maitland




O prêmio Fotógrafo da Vida Selvagem é promovido pelo Museu de História Natural e pela revista BBC Wildlife.



sábado, 4 de julho de 2009

E rolou o VI Arraial do SESC e eu estava lá


(mais um post da série “eu vi”)



Estou tão feliz, gente! Testemunhei uma coisa maravilhosa acontecer e preciso compartilhar com vocês. Na madrugada de hoje, sábado, 04 de julho de 2009, saiu o resultado do VI Arraial SESC. A grande ganhadora do festival foi a Quadrilha Junina Sucupira, comandada pelo ator Márcio de Paula. Um triunfo da simplicidade e da imaginação.


A Sucupira é uma quadrilha jovem e despretensiosa do bairro de Mandacaru, com poucos recursos e muita criatividade. Com o tema “Luiz vem aí pra cantar e tocar pra nós”, emocionou todo o Ginásio do Liceu Paraibano, onde estava ocorrendo o evento, com sequências nostálgicas e felizes de homenagens ao rei do baião.


Sucupira na apresentação do VI Arraial do SESC - Foto usurpada do blog dos Quadrilheiros da Paraíba


Concorrendo com as super produções como a da Lageiro Seco e Paraíba, ícones deste tipo de folguedo, a Sucupira atravessa o caminho, apostando no sonho, na poesia, nas possibilidades cênicas da tradição popular, olhando para nossas raízes e nos lembrando que não estamos na Broadway e nem precisamos estar para fazer bonito.


Não que a Broadway não tenha seu valor ou seja linda, muito pelo contrário. Eu mesmo assisti Cats várias vezes... em vídeo, claro! Mas a Broadwa tem seu tempo e espaço. Não sei se quero vê-la fora de Nova York... ou do meu dvd.


Mas creio estar exagerando e diminuindo o mérito das grandes e luxuosas quadrilhas mais tradicionais. Elas tem seu valor e amei assisti-las também. Vibrei muito com o vigor e precisão da Mistura Gostosa de Campina Grande. Virtuosos sem ser banais. Uma quadrilha que tem algo a dizer.



A premiada Fazenda Lampião, que esse ano veio com o tema “Paraíba sim senhor na terra do algodão colorido e do caboclo sonhador”, vestiu seu mote e mostrou que não é atoa que é a 4ª melhor quadrilha do nordeste. Título recebido no Festival Regional de Quadrilhas Juninas desse ano.


Entre a beleza e a sofisticação, os excessos e equívocos, a “carnavalização” e a simplicidade, vi muita coisa bacana no Arraial do SESC deste ano. E vibrei e me emocionei diversas vezes. Ri, gargalhei, fiquei excitado e com os olhos marejados de lágrimas. O único sentimento que creio não ter experimentado nesses dois dias de festival, deve ter sido o tédio.



Vi o círculo do maravilhoso coco de Cabedelo querer virar quadrado numa apresentação belíssima da Fazenda Viana, vi a coreografia surpreendente da Lageiro Seco e da Moleka 100 vergonha, vi quadrilhas pararem de dançar para colocar ceninhas de casamento matuto desnecessárias e que só estragavam o que eles sabem fazer, vi a Sanfona Branca linda, experimentado novas possibilidades e apostando numa dramaticidade maior do folguedo, contando uma história completamente inserida na dança. Vi uma Rainha do Milho (da Nova Brasília) imensa em tamanho e formosura, distribuindo simpatia e sendo ovacionada pelo público, feliz da vida de apenas estar ali entre as “quadrilhas profissionais”.


Vi muita coisa, mas nada mais forte e bonito que a apresentação da Sucupira. Com dançarinos que dançam razoavelmente bem, com técnica o suficiente para nos emocionar. Com coragem de colocar em cena até um cadeirante, sem ser piegas ou explorá-lo inconvenientemente. Era um cadeirante e todo mundo viu e ele era mais um componente da quadrilha, fazendo parte de um todo uno. Isso sem falar de crianças, um boi de bem 10 metros de comprimento que surge do nada, e Seu Luiz... sempre presente, nos lembrando quem somos e o que realmente estamos festejando nas festas juninas.



Frases que eu disse ou escutei durante o período do festival:


“Não estou entendendo nada que eles estão falando...”


“Joht, para de falar que só tô escutando um timmmmmmmmmmm.”


“Vamos ser justos e tirar um décimo!”


“Isso é quadrilha ou escola de samba?”


Paraíba é show, mas não é o show que eu quero ver...”


“O público vem pra ver a Lageiro, depois vai embora...”


“Onde a Sucupira tem quadrilha o suficiente pra ganhar?”


“Tá pensando que elas tão te desejando? Elas só desejam um 10 seu!”


“A coreografia da Moleka 100 Vergonha é a mesma do ano passado.”


Não entendi porque vaiaram a Rainha da Sanfona Branca...”


“Onde vemos a classificação completas das quadrilhas?”


“Tô com medo da gente apanhar na saída!”





Entendendo melhor a quadrilha junina


Quadrilhas Juninas

Dançada em pares, seguindo o ritmo da sanfona e o comando das marcas ditadas por um organizador de dança, a quadrilha junina chegou ao Brasil com a Corte Portuguesa. Em louvor a São João, Santo Antônio e São Pedro, a dança do mês de junho também é em agradecimento às boas colheitas na roça.

A quadrilha deu seus primeiros passos nos salões da França entre os séculos XVIII e XIX, também foi dançada na Inglaterra e na França. Com passos afrancesados (anarriê –em arriére- significa ‘para trás’) e brasileiros, a exemplo de Caminho da roça e Balancê com seus pares, a dança embeleza as festa juninas e dá um show de cultura e tradição.

Os comandos tradicionais das quadrilhas juninas são:

Anavantur (En Avant, Tout) - cavalheiros tomam as damas e andam de mãos dadas até o centro do salão, encontrando-se com a fila da frente.

Anarriê (Em Arriére) - os pares, ainda de mãos dadas, voltam em marcha-ré até o ponto em que estavam e se separam, ficando cavalheiros em frente às damas.


Travessê de Cavalheiros (Travesser) - as damas ficam paradas e os cavalheiros atravessam o salão parando em frente à dama do outro par, cujo cavalheiro faz também o mesmo. Ao se encontrarem com as damas dos pares da frente, dâos-se os braços, fazem duas meias-voltas, indo depois para seus lugares.


Travessê Geral - as duas filas atravessam o salão ao mesmo tempo, cruzando-se no centro pela direita. Ao chegarem aos lugares voltam a ficar de frente para o par.


Balance com o par vis a vis- seguem somente os cavalheiros e ao se encontrarem com as damas, vão entrelaçando o braço direito no braço direito da dama. Dão duas voltinhas e retornam aos seus lugares, ficando de frente para o par.


Balancê com seus pares - cavalheiro de frente para sua dama. Ambos fazem o balanceio, sem sair do lugar.


Grande Chéne (Grand Chaíne) Creché ou Garrache - a dama dá a mão direita ao cavalheiro e este a mão esquerda à direita de outra dama e passam a trocar de mãos e de dama até que voltam a encontrar os seus pares.


Sangê (Changê de Dame) - os cavalheiros rodam as damas pela sua esquerda, passando-as para trás e a cada sinal do marcador, largam as mãos das mesmas e vão pegar as da sua frente até chegarem aos pares certos.


Beija Flor - os pares seguem até o meio do salão, as damas estendem a mão direita para o cavalheiro beijar.


Cortesia - os cavalheiros dão um passo para trás sem largar a mão da dama, ficando semi-ajoelhados. As damas dão duas voltinhas pela esquerda, os cavalheiros levantam-se e aguardam o próximo passo. CRUZ DE MALTA - os casais ímpares continuam rodando e os números pares vão-se infiltrando na roda, segurando-se nos punhos e formando rodas maiores. Os cavalheiros seguram nas mãos dos cavalheiros e as damas seguram nas mãos das damas, formando outro braço da cruz. Continuam rodando ao ritmo da música.


Passeio do Namorados - o par guia sai com sua dama pela direita, o par seguinte sai pela esquerda e os demais vão imitando. Quando se encontram novamente, formam uma fila única, depois uma roda no meio da sala.


Caminho da Roça - damas na frente, cavalheiros atrás, percorrem todo o salão, voltando aos seus lugares.


Aí Vem Chuva - todos fazem meia volta, marchando em sentido contrário.


É Mentira - Nova meia volta. Continuam marchando em roda.


Cestinha de Flores - as damas levantam os braços, passando-os por cima dos ombros com a palma das mãos para cima. Os cavalheiros que estão atrás seguram as mãos da dama e continuam a marchar.


A Ponte Caiu- os cavalheiros sem largar as mãos das damas, fazem meia-volta e seguem a marcha na frente das damas.


Ponte Nova- todos fazem meia volta pela direita sem largar as mãos das damas, continuam a marchar.


Damas ao Centro - damas formam a roda e os cavalheiros outra, por fora. Rodam todos no mesmo sentido, para a esquerda.


Arco-Íris - damas passam a roda para a direita, ficando as duas filas rodando em sentido contrário.


Damas em Roda - os cavalheiros entram para dentro da roda sem largarem as mãos. Damas fazem a roda por fora e todos começam a rodar pela esquerda, procurando seus pares.


Olha o Túnel- o par guia dá as mãos, levantando-as à altura dos ombros. O par próximo ao guia passa por baixo, e coloca-se ao lado, na mesma posição. Todos os demais pares fazem o mesmo.


Caracol - os pares fazem fila indiana e a dama do par guia começa a marcha em direção ao centro do salão. Quando o caracol estiver bem unido, todos esperam a ordem do marcador.


fonte: http://www.saojoaodecampina.pb.gov.br/geral/layout.php?subaction=showfull&id=1246545525&archive=&start_from=&ucat=3&